Villa afirma que documento da CIA é falso, mas critica quem pede intervenção militar

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2018 14h29
Jovem Pan Comentarista da Jovem Pan abordou os principais assuntos do momento na entrevista

Um documento da CIA divulgado recentemente revelou aquilo que todos já sabiam: a cúpula do Governo Militar brasileiro autorizou torturas e execuções contra os adversários do regime – inclusive em seu período final. Nesta segunda-feira (4), porém, Marco Antonio Villa surpreendeu e afirmou em entrevista ao Pânico que aqueles papéis são falsos. “É uma farsa. Não existe. Um documento historicamente falso que não se sustenta. Uma baboseira (…). Querer reescrever a história do Brasil por documentos da CIA não dá”, disse.

O comentarista fez, então, uma breve análise daquele período. Mesmo reconhecendo que houve, sim, excessos por parte dos militares, contrariando aqueles que hoje pedem por uma intervenção, disse que a época foi marcada por um grande crescimento econômico.

“O Brasil até o final dos 70 era o país que mais crescia no mundo ocidental. Chegou a crescer 12% ao ano. Teve o ‘período do milagre’, 68 a 73. A grande questão é que foi um momento da história sem liberdades (…). O pessoal não sabe ler. Ignorantes. O artigo 142 não fala em intervenção. Diz que as Forças Armadas só agiriam pelos outros poderes, não por vontade própria. Alguns dizem ‘naquela época eu não era assaltado, a vida era boa’, isso não é verdade! Precisa de uma análise ponderada. Teve crescimento econômico como nunca, mas também censura, repressão política, intervenção nas universidades. É necessário fazer essa análise cuidadosa. Tem um pessoal de extrema direita que começa a repetir bobagem, nem sabe o que está falando”, criticou.

Obviamente as eleições deste ano foram o assunto seguinte da conversa. Para o convidado, independentemente de quem vencer a disputa, o primeiro passo da presidência terá que ser o mesmo: enfrentar o sistema financeiro. Ou, como ele disse, “bater nos bancos”.

“O Brasil vive a pior crise da história. É a crise política mais extensa em tempo e mais profunda, envolve os três poderes. E é estrutural. A estrutura não funciona. Quem vai cortar isso? Como vai ser? De um lado, vai ter que discutir as reformas. Mas tem uma questão vital mais importante que é a dívida pública. Precisa mudar o perfil, alongar o pagamento. Isso é com o sistema financeiro. Só é possivel governar o Brasil batendo nos bancos. Hoje não sobra nada para investimento. Só sobraria deixando de pagar o volume fabuloso que pagam aos bancos. Não é calote, mas renegociação (…). Tem que enfrentar de forma responsável. Limitar o poder dos bancos, estabelecer concorrência, colcoar banco estrangeiro. E ter um Banco Central que represente o Estado brasileiro, não os banqueiros”, explicou.

A entrevista ainda abordou os haters da internet, a greve dos caminhoneiros, a “decadência intelectual” da elite do país e, para descontrair, o futebol, mais especificamente a seleção de Tite, o craque Neymar e a Copa do Mundo da Rússia. Assista a todos os vídeos neste link.

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